O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas agendou para sexta-feira (19) a votação de um pedido palestino para adesão plena à ONU, afirmaram diplomatas. Os Estados Unidos e seus aliados, incluindo Israel, provavelmente vetarão a medida, que reconheceria efetivamente um Estado palestino.
O conselho, composto por 15 membros, está programado para votar às 16h (horário de Brasília) de sexta-feira um projeto de resolução recomendando à Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros, a admissão do Estado da Palestina como membro das Nações Unidas, conforme relatado por diplomatas.
Uma resolução do conselho requer pelo menos nove votos favoráveis e nenhum veto dos EUA, Reino Unido, França, Rússia ou China para ser aprovada. Diplomatas afirmam que a medida poderia contar com o apoio de até 13 membros do conselho, o que obrigaria os EUA a usar seu poder de veto.
Os Estados Unidos argumentam que o estabelecimento de um Estado palestino independente deve ser alcançado por meio de negociações diretas entre as partes envolvidas, não na ONU. A embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou nesta quarta-feira (17) que não acredita que uma resolução do Conselho de Segurança leve a uma solução de dois Estados.
Os palestinos atualmente têm status de Estado observador não-membro na ONU, concedido pela Assembleia Geral em 2012. No entanto, para se tornarem membros plenos, precisam do aval do Conselho de Segurança e, posteriormente, de pelo menos dois terços da Assembleia Geral.
O pedido palestino ocorre em meio a um contexto de poucos avanços rumo à criação de um Estado palestino desde os Acordos de Oslo na década de 1990. A pressão por adesão plena à ONU aumenta após seis meses de guerra entre Israel e militantes palestinos em Gaza, bem como a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Israel se opõe firmemente ao reconhecimento de um Estado palestino neste momento, argumentando que isso recompensaria o terrorismo e apoiaria medidas unilaterais. O Comitê do Conselho de Segurança sobre admissão de novos membros não chegou a um consenso unânime sobre a questão.
A filiação à ONU está disponível para “Estados amantes da paz” que aceitam e são capazes de cumprir as obrigações da carta fundadora da organização.
Além disso, um apelo da ONU foi feito nesta quarta-feira por US$ 2,8 bilhões em fundos para auxiliar mais de três milhões de pessoas em Gaza e na Cisjordânia até o final do ano. Este apelo visa mitigar a escassez de alimentos e evitar a fome iminente em Gaza, após seis meses de guerra e uma crise humanitária na região.