Os elétrons, peças fundamentais dos átomos, dançam em torno de núcleos atômicos, compartilhando o palco subatômico com prótons e nêutrons. Nossas medições científicas já tentaram quantificar o número dessas minúsculas partículas no vasto universo observável, estimando-os em um colossal 10 elevado a 82. Isso significa que há mais elétrons do que podemos sequer imaginar — um número além dos bilhões e trilhões.
Entretanto, a determinação exata do número de átomos e elétrons é uma tarefa monumental, dada a vastidão do cosmos e as limitações de nossa compreensão. Em uma conversa intrigante com o renomado físico Richard Feynman, o teórico John Wheeler desenhou uma hipótese ousada: a existência de apenas um único elétron permeando todo o universo conhecido.
A lógica por trás dessa audaciosa conjectura reside na indistinguibilidade dos elétrons — todas essas partículas minúsculas são, em essência, idênticas, compartilhando a mesma carga negativa e propriedades de spin. Wheeler imaginou que, devido a essa identidade indiscernível, todos os elétrons poderiam, de fato, ser um só.
A teoria sugere um cenário onde o único elétron existente atravessaria o tecido do tempo incontáveis vezes, manifestando-se em diversas linhas temporais. Contudo, a comunidade científica, em sua maioria, não respalda essa visão radical.
Para que a proposta de Wheeler se sustente, seria necessário um equilíbrio perfeito entre elétrons e suas antipartículas, os pósitrons — uma condição que não se verifica na realidade observada.
A “Teoria do Único Elétron” permanece mais como um exercício mental do que uma teoria plenamente desenvolvida, sendo discutida apenas em conversas informais. Wheeler mesmo reconheceu a improbabilidade de sua visão se alinhar com a complexidade do cosmos.
Em última análise, essa teoria desafia nossas concepções convencionais sobre o universo, convidando-nos a explorar as fronteiras mais distantes da imaginação científica.